segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Help!

HELP! (1965)


      Sou meio suspeita pra falar desse filme, mas vou tentar dar uma opinião, pelo menos em parte, imparcial, que não leve em conta apenas o vício que eu tenho pelo Fab Four. Mas, realmente, pra um filme de 1965, cujos atores são os cantores da banda mais famosa do mundo (naquela época e, na minha opinião, até hoje), o filme foi muito bem produzido e as atuações foram mais que ótimas (digo isso pois existe gente que canta muito bem, mas não nasceu pra fazer filme). Fez jus ao gênero comédia, pois risada é que não falta durante o decorrer do filme. São tantas cenas, algumas bizarras, algumas nonsense, misturadas com a ingenuidade dos próprios Beatles, tal como a felicidade e humor de cada um (que você percebe em cada atuação), é o que deixa essa mistura completa e deliciosa de se assistir.

      Como de costume, o foco do filme é em relação ao pobre Ringo. Sempre tem que ser o Ringo, né? E o que acontece: existe uma seita em Bahamas, onde seus membros fazem um sacrifício todos os dias, em homenagem a Deusa Kali. Só que, ao sacrificar uma moça, que já estava pintada de vermelho (algo que faz parte do ritual), perceberam que ela não estava usando o anel do sacrifício. E é por causa desse anel que os problemas chegam aos nossos queridos Beatles, no caso, ao Ringo. Descobrem, então, que o anel do sacrifício estava no dedo de Ringo, o que nos leva à Londres, onde realizam várias tentativas bizarras para recuperar o anel, tais como: dar uma injeção de encolhimento no dedo do Ringo (o que não dá certo, mas acontece outra coisa nonsense, que não vou contar); prender a mão do Ringo dentro de um secador, enquanto ele a secava; serrar uma forma de círculo no chão em que o Ringo estava tocando bateria, durante um ensaio, entre outras coisas muito engraçadas. Confira:

(A injeção encolhedora)

(A tentativa de tirar o anel da mão do Ringo, dentro do secador)

(O círculo serrado ao redor de onde Ringo está sentado)

      E ainda a situação se complica: com o nascer de outro dia, a pessoa que deve ser sacrificada é aquela que está usando o anel, e não mais a que seria sacrificada anteriormente. Ou seja: o objetivo, agora, é ir atrás do Ringo para sacrificá-lo, e não mais para recuperar o anel. Além de tudo, existem dois cientistas (nada profissionais) que também querem o anel, pois acreditam que ficarão poderosos caso o consigam. Além da seita atrás do Ringo, há também os cientistas, o que traz muito mais problemas aos meninos. Assim, além de Bahamas e Londres, também vão parar nos Alpes Suíços (onde cantam a música Ticket to Ride), e, mesmo nessa tentativa de fuga para algum lugar distante, nenhum dos perseguidores desiste, indo atrás deles em qualquer lugar que seja. Tudo teria sido resolvido facilmente, mas o grande problema é que o anel não sai a nenhum custo do dedo do Ringo.

      Uma das coisas que eu sempre gosto, em se tratando de filmes dos Beatles, é o humor irônico do John. Desde o filme “A Hard Day’s Night” (1964) percebe-se que ele é o mais irônico e sarcástico do grupo, mas não vejo isso como algo ruim; acredito que seja uma das melhores coisas quando se trata de filme, é um atributo, e não um defeito, pois os diálogos se tornam mais acirrados, e você vê ali uma personalidade diferente, que na hora faz você rir e pensar “Nossa, essa foi foda!”. Como, por exemplo, em uma cena dentro de um restaurante, quando o John pede sopa; dentro do prato, além da sopa, vêm um óculos e um talão de temporada, e ele apenas diz “Gosto de bastante tempero em minha sopa”. Acredito que esse humor do John é um diferencial, que faz falta em muitos filmes atualmente.

(Um óculos no prato de John)

      Na minha opinião, o álbum Help! é o melhor de toda a existência dos Beatles. Pode não ser o preferido de muita gente, mas todos que eu conheço sabem reconhecer que as músicas estão, realmente, entre as melhores que já fizeram. Na trilha sonora não faltou: Help!, The Night Before, You’ve Got To Hide Your Love Away, I Need You, Another Girl, You’re Going to Lose That Girl e Ticket to Ride (que é o lado A completo do CD, sendo que todas essas foram compostas pelo John e pelo Paul – com exceção de I Need You, composta pelo George e também cantada por ele).

      Minha cena preferida é a da música The Night Before (apesar de não ser a minha música preferida); todos estão felizes cantando (detalhe para as expressões engraçadas do Ringo), e o Paul ainda esbanja um charme que derrete o coração até de quem um dia já pôde achá-lo feio.

      Enfim, eles passam por tantas situações engraçadas e nonsense, bem a cara da época em que o filme foi feito, que você assiste o filme sorrindo e com vontade que nunca acabe. Os meninos deixaram um legado não só na história da música, como também na história do cinema. 

      Por isso merece 5 estrelas: por terem feito um filme que seguiu exatamente o gênero comédia, e com sucesso, pelas situações bizarras que caracterizam a personalidade da época em que viveram e também suas próprias personalidades, pela atuação de cada um, que, na minha opinião, foram puras, pois dá pra perceber como eles se divertiam ao fazer cada cena e, também, com certeza, por tocarem várias músicas que considero estar entre as melhores que já fizeram.

      E fica aqui o melhor print do filme, uma piscadinha do Paul durante a música You've Got to Hide Your Love Away, especialmente para vocês (pra mim, na verdade, hahaha).


Resenha por: Rebeca Reale

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