quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Homem Elefante

      Olá, terráqueos. Stephanie aqui, de novo. Não quero deixar ninguém na bad, mas, esse filme, além de ser um dos meus preferidos, é um dos que eu mais chorei na vida. Trata-se do Homem Elefante (The Elephant Man), um belíssimo drama dirigido por David Lynch. E, pra complementar, baseado na história real de John Merrick.

THE ELEPHANT MAN (1980)



      Descobri esse filme mais do que por acaso, matando tempo no Facebook. Uma das páginas de cinema que eu curti postou essa sugestão que, normalmente, eu ignoraria, como fazia com as outras. Mas o nome e o pôster me interessaram tanto que corri pra baixar. Assisti no mesmo dia, se não me engano. E não me arrependi nem um pouco.

      O filme é de 1980, mas se passa na Inglaterra Vitoriana, ou seja, entre 1830 e 1900, mais ou menos. John Merrick, o protagonista (vivido por John Hurt), é um homem portador de uma doença rara e gravíssima chamada neurofibromatose múltipla, que causa deformações no corpo. Pra vocês terem uma noção, 90% do corpo dele é deformado. Pensem nisso, na época: ele era uma aberração, que fazia “sucesso” em freak shows, aqueles “circos de gente” que todo mundo já viu ou ouviu falar.

(O "Homem-Elefante", alcunha maldosa pela qual John Merrick era conhecido)

    Ele era MUITO maltratado, gente. Até um animal recebia melhor tratamento. Em decorrência disso tudo, ele não falava, o que fazia as pessoas o considerarem um débil mental. Certo dia, o Dr. Frederick Treves (papel brilhantemente desempenhado por Anthony Hopkins) “descobre” o John, se interessa pelo caso e o abriga no hospital em que trabalha.

(Lugar onde John Merrick vivia)

(O antigo "cuidador" de John, à direita)

(John chegando no hospital. À direita, de preto, Dr. Treves)
        
      Ainda que o Dr. Treves tivesse uma posição respeitável no hospital, não foi fácil manter o John lá dentro. E é a partir dessa dificuldade que a história vai se desenvolvendo. Ao contrário do que todos pensavam, Merrick não é um débil mental; pelo contrário. Ele tem uma sensibilidade que poucos têm, sabe ler (e não lê qualquer jornaleco de quinta, não), escrever e, ainda que tenha dificuldade ao falar, consegue alcançar uma eloquência que causa inveja.

     Podem me chamar de sentimental, mas até essas “surpresas” no meio do filme me deixaram com os olhos rasos de lágrimas. Não vou contar mais sobre a história, mesmo porque ela não corre assim, feliz e contente, o tempo todo. E é isso que faz com que o filme ganhe uma beleza sensacional, dotada de uma sensibilidade invejável.

      Assim como, em certos filmes de terror e suspense, seu corpo se arrepia de medo, em The Elephant Man seu corpo se arrepia de alegria e de ódio (frente aos maus tratos do antigo cuidador do John). Dói ver tamanha crueldade. Dói pensar que isso realmente acontecia – e acontece, podem pesquisar – e no quanto as pessoas são ridículas por destratar alguém só por alguma diferença física. O John valia mais que todas aquelas pessoas que o assistiam, essa é a verdade. Mas ninguém, a não ser o Dr. Treves, quis procurar o verdadeiro valor do John, aquele caráter magnífico que ficava lá dentro, só porque a “capa daquele livro” não era algo tradicional.


      A atuação do Anthony Hopkins e do John Hurt dá um show. Você sente as dores e as alegrias dos personagens na sua própria pele, e isso é lindo. Pra mim, poucos filmes tiveram tanta relevância sentimental, digamos. The Elephant Man dá uma lição de vida. É pra chocar mesmo, é pra esfregar na cara de quem assiste a crueldade do mundo. E, SIM, é pra chorar – pelo menos eu chorei – em várias partes. Até a próxima.



Resenha por: Stephanie Eschiapati

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