segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O Dublê do Diabo

      O filme sobre o qual vou falar agora eu vi num site de downloads, enquanto matava tempo e procurava algo pra assistir. Depois de ler a resenha, me interessei muito, e olha... super recomendo.

THE DEVIL'S DOUBLE (2011)


         
      O filme conta a história real de Latif Yahia (vivido por Dominic Cooper), que, desde adolescente, apresentava uma grande semelhança a Uday Hussein (também vivido pelo Dominic), filho mais velho de Saddam Hussein. Por isso, ele foi “gentilmente” escolhido para ser dublê de Uday, ou seja, aparecer em locais públicos e fazer coisas que o outro não queria fazer. Ser alvo de atentados, principalmente. Pelo que Latif conta, sobreviveu a 11 tentativas de assassinato. Aliás, é claro que vocês já devem saber o porquê das aspas ali no gentilmente.

(Uday, à esquerda, de terno; Latif,à direita)
                
      Latif, sinceramente, não queria ser dublê. Afinal, teria que se passar por morto para a família, fazer intervenções cirúrgicas para mudar a aparência e, principalmente, agir como Uday, ou seja, ser um babaca. Uday é mimado, sádico, psicótico. Há cenas do filme em que você se enoja dele, juro. O Latif não tem muito o que fazer a não ser obedecer o que o maluco lhe manda, sob pena de ter toda a família assassinada. E ele sabe que Uday é bem capaz disso.


                
      O problema – se é que isso tudo já não é um problema – aparece quando Latif se apaixona por uma das mulheres de Uday, a propósito, a preferida dele, Sarrab. Ela acaba se interessando por ele também, e parte do filme gira em torno dessa relação. A outra parte do filme fica com os absurdos de Uday, que incluem (e isso não é spoiler, só um exemplo), mostrar um vídeo de torturas com prisioneiros só pelo prazer de ver o sofrimento deles.

          Ainda bem que vi as críticas do filme após assisti-lo. Dando um passeio pela interwebs, vi que não falaram muito bem do O Dublê do Diabo, não. Eu, pelo menos, amei o filme, mas entendo quem não gostou por algumas razões: querendo ou não, o filme é feito sob a perspectiva do Latif, que acaba se passando por “mocinho”. Além disso, há quem critique a atuação do Dominic, o que eu acho um absurdo. Pode ser que como Latif ele tenha deixado um pouco a desejar, mas a maestria com que desempenhou o papel do psicopata Uday é louvável. Não é um papel simples; e ele soube atuar, na minha opinião.

(Um dos atentados sofridos por Latif)
                
      Há umas sacadas muito boas no filme, nada preconceituosas, apesar desse tipo de filme (ainda que biográfico) estar naquele limbo perigoso de filmes sobre o Oriente Médio. Um dos detalhes que, particularmente, me deixou boquiaberta foi a quantidade de dublês do Saddam Hussein na história; às vezes, você simplesmente não sabe quem é ele, SE é ele.
                

      Outra coisa interessante – e certamente verídica – é a “gentileza” usada pelo Uday pra conseguir as coisas. É porrada, é sangue, é morte, se for preciso – desde que ele consiga o que precisa. Como eu disse, você se enoja dele, e é exatamente por causa dessa necessidade que ele tem de se mostrar superior, de mostrar que o poder do pai dele (do qual ele se aproveita) é capaz de qualquer coisa.

    
      Enfim, é um bom filme. Bem produzido, bons atores, boas atuações, trama interessante. Não há tédio; sempre está acontecendo alguma coisa. Outro detalhe legal é o fato de você nunca confundir o Latif com o Uday. Enfim, espero que gostem. Até a próxima.


Resenha por: Stephanie Eschiapati

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