quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A Profecia (1976)

      Foi uma novidade assistir A Profecia de 1976, visto que eu só tinha assistido ao de 2006. Se eu não me engano, assisti o mais recente exatamente no dia 06/06/06, quando lançou no cinema. E, por incrível que pareça, prefiro a versão mais nova em face da antiga. Isso quase nunca acontece, mas... dessa vez o filme novo, ao meu ver, conseguiu superar a grandeza do antigo. Dou 4,5 estrelas para A Profecia de 2006, e 4 estrelas para esse; a diferença não é muita, mas posso afirmar com veemência que o de 1976 também é um grande filme.

THE OMEN (1976)


(Tradução: Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta: pois é o número de um homem; e seu número é 666 - Livro do Apocalipse)

      Pelo nome, já percebemos que se trata de alguma coisa do mal, mas, de forma contrária, é com outra aura que o filme começa: com o bem triunfando, de certa forma. A história começa com um casal, Robert (Gregory Peck) e Kathy (Lee Remick), que estão prestes a ter um filho; já no hospital, na hora do parto, vem a triste notícia - os médicos informam a Robert que o bebê nasceu, mas respirou apenas por alguns segundos (ou seja, morreu). Nesse mesmo contexto, aparece um padre, apresentando a Robert um outro bebê, implorando para que ficasse com ele. O padre informa que, na mesma hora da morte do filho de Robert, a mãe do outro bebê também morreu, e ainda afirma que isso é obra de Deus entregando um novo filho a ele. Consternado, Robert decide acatar o pedido do padre e ficar com o bebê, sem informar, porém, sua mulher de que se tratava de outra criança.


(Robert)

      O tempo passou, a criança cresceu, e eles sempre foram felizes. Nunca houve algum problema em relação ao garoto. Aliás, seu nome é Damien (Damien, Demon, Demônio... é por aí que começamos a ver a relação do menino com o mal). Tudo ocorreu normalmente bem até o aniversário de 5 anos de Damien. É a partir daí que começam a ocorrer fatos sombrios, mas ninguém pensa e nem imagina em relacionar esses fatos ao garoto. Antes da festa de aniversário, o filme ainda mostra algumas fotos da família, com o intuito de demonstrar que, acredito eu, até o diabo consegue se revestir de uma bondade extraordinária com a intenção de disfarçar seu único objetivo de trazer o mal. Um pai lindo, uma mãe linda e um filho lindo: quem um dia imaginaria que a típica família perfeita traria problemas para todos que se relacionassem com eles? 





     Após o aniversário, uma nova babá é contratada pela família: Senhora Baylock, que considero mais assustadora do que qualquer outro ser do filme. Ela é uma apóstata de Satanás e, agora em contato com a criança, decide protegê-la de tudo e todos que venham a fazer alguma tentativa de destruir a semente do mal.



      Pelo o que eu entendi, Damien nunca tinha entrado numa igreja durante toda sua vida. Certo dia, já com 5 anos, os pais decidem que Damien deve acompanhá-los num casamento, e a reação que o garoto esboça, antes mesmo de entrar na igreja, é algo assustador. Vale conferir sua expressão já ao avistar a igreja de longe:


      Há um padre que tenta, de qualquer forma, avisar Robert de que seu filho, na verdade, é filho do diabo. Mas Robert, como qualquer pai, não acredita em uma blasfêmia como essa, ainda dita por uma pessoa que não conhece. Surge, então, outra pessoa apta a demonstrar que há algo de errado com a família de Robert: o fotógrafo da festa de 5 anos de Damien. Nessa oportunidade, ele tirou uma foto da antiga babá do garoto, e percebeu um certo detalhe na foto que, ao seu ver, poderia ser apenas defeito do rolo do filme - é um feixe de luz, um risco, paralelo à cabeça ou ao corpo da pessoa, como se fosse um raio a atingindo. Mas esses defeitos começam a aparecer em outras fotos: do padre que falou com Robert e também na própria foto do rosto do fotógrafo, interpretado por David Warner. Esses "defeitos" são uma premonição das pessoas que vão morrer - assim, Robert parte em busca de respostas sobre a possível origem de seu filho adotivo, com a intenção de salvar sua mulher e proteger seus conhecidos de uma possível morte.

(O Padre)

      Abaixo está uma das fotos tiradas pelo fotógrafo; basta prestar atenção no risco de luz que corta o retrato em direção ao corpo/cabeça da pessoa:


      Acho que, sobre o filme, já dei informações suficientes. Acredito que qualquer outra coisa que eu contar vai acabar sendo spoiler, e eu não quero estragar o prazer de ninguém que deseja ver esse filme. Todos as imagens que coloquei aqui são prints do filme; sim, dá pra ver que a qualidade não está muito boa, mas juro que dá pra assistir perfeitamente bem e, com o filme rodando, a qualidade fica bem melhor (digamos, nota entre 7 e 8).

      Ainda, antes de encerrar, preciso explicar o motivo de eu achar o filme de 2006 melhor que esse. Pra começar, o filme de 2006 não é melhor em TODOS os aspectos, mas achei que, nos momentos mais relevantes e no quesito "emoção" e "suspense", o filme mais atual conseguiu atingir uma qualidade melhor. E digo isso também em relação ao garoto Damien: o ator que o interpreta no filme mais novo com certeza é muito mais diabólico que o garoto do filme que estamos discutindo aqui; não sei como, mas conseguiram colocar muito mais maldade em seu olhar do que no olhar do Damien de 1976. Os momentos de clímax também alcançam um maior suspense, e até os acidentes foram mais elaborados.

(Damien interpretado por Harvey Stephens - 1976)

(Damien interpretado por Seamus Davey-Fitzpatrick  - 2006)

      Uma coisa que eu achei muito interessante, e que com certeza quem gosta de Harry Potter também vai acabar percebendo, é a semelhança entre os dois atores que interpretam o fotógrafo. Conseguiram pegar alguém muito parecido com o David Warner - e que, por sinal, também se chama David: David Thewlis (e que, por sinal, novamente, fez um dos filmes favoritos de toda a minha vida: Dragonheart).


      Sim, eu sou do contra: praticamente TODO MUNDO prefere um milhão de vezes A Profecia de 1976, e qualifica o de 2006 como - lixo, fraquíssimo, péssimo, descartável em relação do filme antigo -. Eu não achei. Enfim, cada um com sua opinião, mas eu ainda prefiro e sempre vou preferir o filme atual. Então, fica por conta de vocês assistirem aos dois filmes para decidir qual é o melhor. Au revoir!


      "Quando os judeus voltarem à Sião...
E um cometa preencher o céu...
E o Sacro Império Romano se levantar...
Então tu e eu temos de morrer.
Do Mar Eterno ele se levanta...
Criando exércitos em cada margem...
Virando cada um contra seu irmão...
Até que o Homem deixe de existir"

      Link para download (formato RMVB legendado):
      Clique aqui.

Resenha por: Rebeca Reale

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