CASABLANCA (1942)
Segunda Guerra Mundial: Casablanca é a capital do Marrocos, território ainda não ocupado pelos
nazistas (hoje, a capital é Rabat). Além disso, é rota obrigatória pra quem quer sair da Europa –
ilegalmente, através de vistos falsificados denominados “salvo-condutos” – indo
à Lisboa e, de lá, voando até a América.
O
point da cidade é o Rick’s Café Americain, um bar/cassino
comandado por Richard Blaine (Humphrey Bogart), um sujeito
incrivelmente cínico e um tanto misterioso. Afinal, apesar do furor político
acontecendo, ele não se envolve com nada, e afirma, o tempo todo, que o único
negócio que o interessa é o seu mesmo.
Esse
fato faz com que ele seja amigo de muita gente, e tenha muita influência em
Casablanca. Um de seus melhores amigos é o Capitão
Renault (Claude Rains), um
policial corrupto – afinal, por certa remuneração, ele assinava os
salvo-condutos e fazia vista grossa para as apostas ilegais do bar do Rick – mas muito gente boa.
Isso
porque um líder do Terceiro Reich, Major
Strasser (Conrad Veidt) chega à
Casablanca com uma missão: prender Victor
Slaszlo (Paul Henreid), já
conhecido pela Europa por ter fugido de um campo de concentração e disseminar
ideias revolucionárias. Pelo que a polícia já sabe, Victor pretende comprar dois salvo-condutos com Ugarte (Peter Lorre), e, assim, deixar Casablanca para partir rumo à
América.
Seria
simples se Ugarte não tivesse sido
preso na noite em que Victor iria
negociar com ele. Seria simples também se Ugarte,
por medo da polícia, não tivesse deixado os vistos de saída nas mãos de Rick, e ter sido morto pelos policiais
depois. O que restou foi o mistério de com quem aqueles salvo-condutos
estariam, afinal, Richard manteve-se
completamente discreto e alheio sobre o assunto.
Como
se não bastasse, Victor chega
acompanhado de Ilsa Lund (vivida pela
lindíssima Ingrid Bergman). É possível
perceber que ela já tem alguma familiaridade no local, pois conhece o pianista,
Sam (Dooley Wilson), e lhe pede pra tocar uma música específica, As Time Goes By. Ela vê, então, Rick, e dá pra notar que entre os dois
já houve alguma coisa.
De
fato, isso é explicado em seguida: Rick
e Ilsa se conheceram e se apaixonaram
em Paris. Ele tinha um passado consideravelmente nebuloso, por ter lutado com
os revolucionários na Espanha. Então, era caçado, assim como estava sendo Victor. Então, quando o casal resolveu
deixar Paris para começar uma vida nova, Ilsa
abandonou Rick, deixando apenas um
bilhete sem maiores explicações.
(Tradução: Richard, não posso ir com você ou vê-lo novamente. Você não deve perguntar o porquê. Apenas acredite que te amo, meu querido, e Deus te abençoe. Ilsa)
Então,
dá pra perceber que o clima entre Rick
e Ilsa não é dos melhores. Quando eles
se encontram, Richard, na mesma
noite, começa a beber muito – o amor que ele sente é tão lindo, apesar de ser cheio
de mágoa e tristeza! Enquanto isso, Ilsa
também não mantém seu equilíbrio, o que deixa claro que o que ambos sentem
ainda é algo latente.
Enquanto
isso, o Major Stasser, com a ajuda do
Capitão Renault, planejam fechar cada
vez mais o cerco, pra impedir outra fuga de Victor.
Vale dizer que o capitão não vai muito com a cara do major, e ele dá mostras
disso ao longo do filme, principalmente no final.
E
a trama vai rolando entre a perseguição velada a Victor, o amor ainda existente entre Rick e Ilsa e as tentativas
de conseguir os salvo-condutos. Rick,
inclusive, vai dando mostras de que, sob aquela casca recheada de sarcasmo e
indiferença ao que acontece fora de seu bar, há um homem de coração incrível,
que pode fazer de tudo pra ajudar quem merece. Devo parar por aqui pra não dar
muito spoiler, pois devo dizer que o
final de Casablanca é surpreendente.
Bom,
o que dizer de um filme clássico, com 70 anos (sua estreia mundial ocorreu em
26 de novembro de 1942), feito com a temática da Guerra DENTRO da Guerra mas
expirando romance? Acontece tanta coisa em Casablanca
que o filme não fica nada apelativo, nem em relação à guerra, nem em relação ao
romance. É um equilíbrio incrível, que não te deixa entediado em nenhum minuto.
É
possível analisar o filme sob uma série de ângulos diferentes, e criei
premissas pequenas para cada um deles: uma
história de amor desenvolvida na Guerra, a política influenciando a polícia, uma
história de infidelidade, a metamorfose
que pode ser realizada pelo amor. Tudo isso consegue descrever partes de Casablanca, mas não o todo. Afinal, são
todas essas frases juntas que definem o filme, e tantas outras, que cada
espectador pode criar.
Cabe
ressaltar a sensibilidade de Ingrid
Bergman nesta película. Além da beleza – que não precisa nem ser comentada –
a paixão com que ela fazia cada cena era incrível. Só pra constar, é essa uma
das razões pelas quais prefiro filmes mais antigos: coloquei na cabeça que os
atores aceitavam os papeis por amor e não por dinheiro (posso estar errada, mas
prefiro pensar assim), o que deixava as atuações tão perfeitas. O casal Humphrey Bogart e Ingrid Bergman foi, sem dúvida, uma bela escolha, assim como Paul Henreid, pelo qual é possível se
afeiçoar bastante, mesmo sendo ele quem pode atrapalhar o romance de Rick e Ilsa.
Enfim,
nem preciso dizer que recomendo MUITO esse filme. Além disso, deixo claro aqui
que não tô puxando toda essa sardinha só porque é clássico, não; é porque é bom
mesmo. Até a próxima.
We will always have Paris.
Resenha por: Stephanie Eschiapati
é isso e muito mais...!!
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