Hide and Seek não é exatamente um filme de terror, e também não é tão adequado para um dia de Halloween, mas é um
suspense e um mistério que chegam a dar medo. Portanto, pra esse dia 31/10, mais
conhecido como Dia das Bruxas ou Halloween, é um ótimo filme para se
assistir sozinho, de noite, com todas as luzes apagadas. Interpretado brilhantemente por Robert De Niro e, assumo, também pela Dakota Fanning, o filme te prende até o final, não permitindo que
você desvie sua atenção nem por um segundo, tendo um desfecho impressionante e
diferente da maioria dos filmes. O filme é de 2005 – sinto falta, atualmente,
de produções tão boas quanto essa. Sei que muita gente que assistiu não gostou,
mas ainda considero um dos melhores suspenses que já vi.
HIDE AND SEEK (2005)
Não
vou dar um resumo exato das coisas de que trata o filme, e sim uma visão geral
sobre os aspectos psicológicos e principais situações que ocorrem. Vamos tomar
por base uma brincadeira que todas as crianças brincam na infância: esconde-esconde. Normalmente, a
brincadeira se dá entre pessoas reais,
de carne e osso. Porém, a pequena Emily (Dakota Fanning) não possui amigos reais
que participam dessa brincadeira, mas apenas um amigo imaginário, e é sobre esse amigo que recai todo o mistério e
suspense do filme. O que era pra ser uma brincadeira inocente, infantil, e
todas as outras característica pertinentes à infância, esse jogo passa a ser
algo sanguinário, tenebroso, enfim, maléfico.
Tal
amigo imaginário chama-se Charlie,
que possui um poder, digamos assim, “sobrenatural” sobre todos os fatos
terríveis que acontecem durante o filme. Emily
diz ao seu pai (Robert De Niro) que Charlie a obriga fazer coisas e que, se
ela contar quem ele realmente é, coisas ruins continuarão acontecendo. É aí que entra o
suspense: quem é Charlie? Como que David (Robert De Niro), pai de Emily, não consegue vê-lo, e nem qualquer outra pessoa que
convive próximo a sua família? Como esse ser imaginário possui um poder tão
grande de fazer coisas terríveis, como a morte, por exemplo, acontecerem? David não consegue explicar, e passa a
buscar uma resposta desesperadamente com o intuito de “salvar” sua filha das
coisas ruins que acontecem dentro e fora de sua casa.
Há
várias possibilidades de quem possa ser Charlie.
Tudo começa com a morte da mãe de Emily
– devido a esse fato, David decide
mudar de cidade, com o propósito de afastar sua filha das lembranças da morte
da mãe. A partir disso, poderíamos concluir que Charlie é mais uma tentativa da mente de Emily em procurar abrigo por ter perdido alguém muito próximo, que amava muito. Nada se compara em perder uma mãe. Mas como isso poderia
explicar um amigo imaginário que faz coisas horríveis acontecerem? Não existe,
ao meu ver, uma explicação lógica (talvez, nos estudos mais profundos da
psicologia, exista uma resposta coerente a isso, mas eu, como leiga no assunto,
não consigo enxergar).
A
segunda possibilidade, como também acredita David,
é que Charlie seja uma pessoa real –
pois só assim para se explicar os casos concretos, envolvendo mortes e sangue,
que estão acontecendo. Ele chega até duvidar que Charlie seja o vizinho (de acordo com minha memória - aliás, não estou descartando a possibilidade de que seja ele). O único
problema é que em toda e qualquer situação, a única pessoa que consegue
enxergá-lo é Emily – além, também,
das pessoas que morreram (que já não são mais úteis, pois estão mortas).
(Tradução: Agora você consegue ver?)
(Tradução: Você deixou-a morrer)
E
há, também, a terceira possibilidade, que traz o clímax de todo o filme. Tem gente que, desde o começo ou desde a
metade do filme, já descobre de quem se trata. Mas não vou excluir as duas
possibilidade acima, pois ambas podem estar misturada com esta terceira (ou não
– estou apenas acirrando a curiosidade de vocês). Não é exatamente o final em si que traz a surpresa, mas sim a descoberta
de quem é Charlie. Ele pode ser um
fantasma ou um demônio que se apodera do corpo de alguém; pode ser apenas um amigo imaginário que obriga a própria Emily agir por suas mãos (e, pra quem
não sabe, isso caracteriza o crime de autoria
mediata – essa sou eu aplicando meus conhecimentos de Direito ao filme, abs.);
pode ser um psicopata; pode, ainda, ser um psicopata que finge ser um amigo
imaginário – enfim, são inúmeras possibilidades que prendem sua atenção até o
final. O desenvolver do filme é algo tão envolvente que não dá pra parar de
assistir pela metade sem a curiosidade de saber como termina.
Já
vou avisando: como eu disse, o que é realmente interessante é a descoberta sobre a identidade de Charlie, e não o final do
filme em si. Então fica aqui um alerta, pra quem espera que o filme feche com
chave de ouro e depois fica por aí reclamando com a barriga cheia. Acredito que
o filme seja bem visto sob os olhos de um cinéfilo, mas não de um crítico. Ainda
sobre essa questão, o filme recebeu muitas críticas, por ter um desenvolver
ótimo e essa quebra do suspense nos atos finais do filme. Para eles (os que
criticam), o problema é essa grande revelação final que, de acordo com seus
entendimentos, só são feitos para que o filme seja vendido.
Esses tipos de filmes, com grandes revelações no
final, começaram a ser desenvolvidos de forma conhecida a partir de O Sexto Sentido. Mas, na verdade,
essa quebra do desenrolar com a surpresa no final remonta desde filmes mais
antigos, como o O Gabinete do Doutor Caligari, filme expressionista alemão de 1920, e também com o mestre Hitchcock, que sempre fez a maioria de seus
filmes baseados nesse tipo de suspense. A história de O Amigo Oculto é ótima, sim. Quem gosta de filmes do gênero, posso
apostar que vai gostar – pelo menos todas as pessoas que conheço, e que eu já
troquei ideia, gostaram. Aproveitem o Halloween com esse filme que, mesmo não
sendo de terror, possui algumas partes macabras e outras que te deixam com o
coração na mão de tanto suspense e curiosidade. Hasta!
Resenha por: Rebeca Reale
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