Pensem
num filme que eu demorei pra digerir. Mas, depois de um tempo, gostei. =)
THE WICKER MAN (1973)
O
sargento Neil Howie, interpretado por
Edward Woodward, é um policial
cristão fervoroso e conservador. Seu amor pela Igreja e ensinamentos cristãos chegam
a ser alvo de sarro por parte dos companheiros de polícia. O sargento, então, é
reportado para investigar o desaparecimento de Rowan Morrison (Geraldine
Cowper), na estranha ilha escocesa de Summerisle.
Estranha
para Howie, claro, pois é uma ilha
pagã. E que cultua e festeja seu paganismo sem se importar com a presença do
sargento. Pra vocês terem uma noção, eles adoram um pênis, pois representa a fertilidade.
Além disso, há deuses para o sol, para a terra etc. A questão é que, assim que
o policial põe os pés na ilha, ele já sente alguma coisa “muito errada” pois,
ao perguntar por Rowan, e, inclusive,
mostrar a foto, todos os moradores se fingem de desentendidos.
Até
a professora da ilha, Miss Rose (Diane Cilento), age como se a garota
não tivesse existido. Só depois de muita pressão ela fala que Rowan morreu. E nem diz assim,
claramente, porque explica que em Summerisle
não se usa a palavra morte. Enfim, Howie pretende
exumar o corpo da menina para dar o caso por encerrado, mas, para isso, precisa
da autorização do dono da ilha, o Lord
Summerisle – interpretado por Christopher
Lee.
O
Lord completa a estranheza do lugar,
digamos. Ele tem uma personalidade tranquila, serena, que constrasta com a
agressividade de Howie (que, cá pra
nós, é só um modo de se defender de tanta coisa estranha pra ele). Ele não se
nega a deixar o policial abrir o túmulo de Rowan
e, inclusive, na visita que Howie lhe
faz, ele conta um pouco da história da ilha e fala mais sobre seus costumes.
A
questão é que – E ESSA É A ÚLTIMA COISA DO FILME QUE EU POSSO FALAR SEM DAR SPOILER – a exumação do corpo não ajuda
em nada nas investigações. O corpo da jovem não tá na tumba; no lugar, há um
coelho. Essa é gota d’água para que Howie
fique ainda mais desconfiado do povo daquela ilha, e comece uma verdadeira
caçada à Rowan Morrison.
Vale
lembrar que Howie fica hospedado na Green Man Inn (Taverna Homem Verde), cujo dono, Alder MacGreagor (Lindsay
Kemp) tem uma filha belíssima, Willow
(Britt Ekland). Inicialmente de
forma discreta, e depois, de modo mais latente, perturba o sargento, que se vê
dividido por suas crenças cristãs e a beleza daquela moça.
The Wicker Man é um filme que, pelo menos na minha opinião, não pode ser definido por uma só palavra. É perturbador, erótico, estranho. PRINCIPALMENTE ESTRANHO. Mas não o é de um modo pejorativo, não; é como se fosse uma coisa muito nova sendo mostrada. Apesar de o filme ser de 1973, e tantos outros filmes de temática parecida terem estreado, pra mim foi tudo muito novo, e “assustador”.
Pelo que andei pesquisando na interwebs, em 2006 fizeram um remake de The Wicker Man, traduzido em terras brazucas como O Sacrifício, e protagonizado pelo Nicolas Cage. Não assisti a ele, mas não vi críticas muito boas por aí. Não entrarei no mérito, mas quero deixar registrado aqui que remakes estão num campo perigoso, porque a cobrança sempre será muito maior. Enfim, há remakes bons e ruins, e cada um forma sua própria opinião.
VOLTANDO
AO ASSUNTO (foco, Stephanie, haha), falei lá em cima que demorei pra digerir The Wicker Man. E demorei mesmo. Talvez
eu só não tenha gostado muito do final, por isso fiquei na revolta. Mas a
verdade é que esse filme é uma obra de arte, do seu jeito, porque sabe expor a
cultura daquela ilha sem se tornar entediante ou pejorativo. Enfim, gostei.
Assistam. =)
Antes
de ir embora, encontrei algumas curiosidades sobre esse filme.
Vamos a elas:
Vamos a elas:
- Existe uma música do Iron
Maiden (uma das minhas bandas favoritas) chamada “The Wicker Man”. As últimas
duas frases da música têm relação com o final do filme;
- Na cena em que Willow (Britt Ekland) dança nua sensualmente no
quarto ao lado de Howie, parte das cenas foi feita por um dublê de corpo;
- Há um documentário, de 35
minutos, chamado “O Enigma do Homem de Palha”, que explica algumas cenas do
filme, bem como seu processo de gravação;
- Devido ao baixo orçamento
utilizado para esse filme, Christopher
Lee chegou a afirmar que aceitou "trabalhar de graça".
Resenha por: Stephanie Eschiapati
Realmente um ótimo filme de terror, suspense. Stephanie, você foi ótima na resenha. Adoro seus textos. Christopher Lee é o mestre do terror. Também assisti dele o Frankenstein de 1957, simplesmente perfeito.
ResponderExcluirEu poderia acrescentar "sem comentários" depois da sua resenha. Filme sensacional! Eu assisti o remake com N. Cage. Gostei tb, mas fica atrás (lá atrás) do original.
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