Em primeiro lugar, me sinto
praticamente na obrigação de agradecer a todos que vêm acompanhando
O Filme que Habito. É uma alegria imensa ver o pessoal curtindo a página no facebook,
comentando as fotos, dando sugestões. Pra nós, ver filmes já era um prazer;
agora, então, nem se fala! Continuem curtindo, comentando e tudo mais, porque
a tendência é o blog ficar cada vez melhor. Obrigada, gente!
Bom,
hoje vou falar, pela segunda vez, sobre o mestre Alfred Hitchcock. E só posso dizer uma coisa: quanto mais filmes
dele eu vejo, mais indecisa fico sobre qual é o meu preferido.
ROPE (1948)
Brandon (John
Dall) e Phillip (Farley Granger) são dois amigos
universitários que se consideram superiores intelectualmente ao resto do mundo.
Eles têm umas ideias estranhas sobre tudo, e, devido à sua extrema arrogância, decidem
acatar um desafio: cometer o crime perfeito. E a vítima escolhida é David (Dick Hogan), um de seus colegas de escola.
(Phillip, David e Brandon, da esquerda para a direita, respectivamente)
Brandon e Phillip
o matam (isso não é spoiler), e vão
além: resolvem colocar o corpo dentro de um baú e deixá-lo no meio da sala,
utilizando-o como mesa para uma festa que darão na mesma noite. Brandon é o que mais demonstra frieza e
comanda os atos de Phillip que, no
fundo, é só um covarde “maria vai com as outras”. Ele se deixa levar por Brandon mesmo quando não concorda com as
ideias dele.
Enfim,
cai a noite e a festa começa. Eles convidam, inclusive, amigos e parentes de David, que não têm a menor ideia do que
pode ter acontecido (eles esperam, inclusive, que ele apareça na festa). Entre os
convidados está um dos professores de Brandon
e Phillip, Rupert Cadell (vivido pelo lindo do James Stewart), conhecido por seu humor ácido e raciocínio
elaborado. Na verdade, Brandon nem
gosta dele; só o convida para deixar o “desafio” do crime perfeito ainda
mais... interessante, digamos.
(Começa a festa. Percebam que o baú onde colocaram David está com os candelabros e petiscos)
(Eis o professor Rupert Cadell)
A
festa vai rolando tranquila, mas, em alguns momentos, a falta de David é percebida. Nesses momentos, a graça recai nas
reações de Phillip: sempre que ouve o
nome do falecido, ele sua, treme, corre pra pegar outra bebida. Isso faz com
que Rupert comece a perceber que tem
coisa estranha acontecendo. Brandon,
por sua vez, esbanja frieza e naturalidade, o que, ao contrário do que pensa,
instiga ainda mais a curiosidade do professor.
(A garota é Janet, um "affair" de David)
Rope foi filmado em apenas um cenário: sim,
preparem-se pra passar uma hora e vinte de filme no mesmo lugar, o apartamento
em que moram Brandon e Phillip. Pra quem acha que isso não faz
sentido, ou que o filme vai ser muito do sem graça, já deixo claro que não é
bem assim. Esse filme é de um suspense SENSACIONAL, e, ainda que eu seja meio
suspeita pra falar de Hitchcock, não
tô exagerando numa vírgula.
É
como se o espectador fosse um dos convidados da festa. A mobilidade da câmera
faz com que você não se sinta entediado de passar o tempo todo “no mesmo lugar”.
Além disso, os diálogos – e, os consequentes jogos psicológicos que provêm
deles – deixam você grudado na tela pra saber o que vai acontecer.
Eu
não sabia, mas pesquisando pela interwebs
vi que a história de Rope é baseada
num caso real. Trata-se do caso Leopold-Loeb,
em que dois amigos, Nathan Leopold e Richard Loeb, sequestraram e mataram um
garoto de 14 anos simplesmente pela vontade de cometer um crime perfeito. Os rapazes
eram estudantes da Universidade de Chicago, e o crime ocorreu em 1924 – ambos foram
condenados à prisão perpétua.
Ainda
nas “Curiosidades”, Rope foi o
primeiro filme em cores de Hithcock.
E não foi o único, como se sabe. E foi o primeiro da “parceria” com James Stewart, que esteve presente em
outros sucessos do diretor, como Vertigo e
Rear Window. E posso dizer, e
acredito que muita gente concorde: essa parceria deu MUITO certo.
Enfim,
fico boquiaberta com a genialidade do Hitchcock.
Um cômodo, poucos atores, e uma trama deliciosa, que transborda suspense. Gosto
muito desse filme e recomendo tanto quanto meu queridinho Psycho. Assistam, vale a pena. Até a próxima.
Resenha por: Stephanie Eschiapati
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião sobre o blog ou sobre o filme!